Reflexões sobre as leituras...

A leitura do texto proposto como base para as discussões em nosso novo Fórum me fez lembrar de alguns outros textos com os quais, em algum outro momento dessa vida de estudante/professora, eu entrei em contato.
Enquanto eu lia, ia lembrando de outras coisas, e achei isso bacana. Não sei por que isso me chamou a atenção só agora. Será que eu nunca lembro de outros textos? Ou será que este texto (Projeto? O que é? Como se faz?) foi marcante a ponto de me fazer lembrar de outros? É mesmo misterioso esse processo de aprender as coisas, não é mesmo?

Inicialmente, são apresentadas duas situações: a da aprendizagem por projetos, e a do ensino por projetos. Ao explicar cada uma delas, Fagundes (2006) chama a atenção para o fato de que no ensino por projetos, a estrela do show é o professor. É a ele que cabem todos os movimentos; é ele que sabe tudo. Já na aprendizagem por projetos, há uma parceria muito forte entre todos os envolvidos no processo. Nesse caso, é o aluno que, em interação com seus pares, valendo-se dos conhecimentos que já tem e motivado por uma situação que lhe incomoda e para a qual ele sente a necessidade de buscar respostas, faz o papel de protagonista da história. Toda essa reflexão feita pela autora me remeteu a Vygotsky, para quem a figura do par/outro é muito importante no processo de criação dos conceitos.

Deixa-se claro, também, que a aprendizagem por projetos é motivada por uma situação de desconforto, de conflito. Situação esta, a partir da qual surgem os questionamentos que darão origem aos projetos dos alunos. Nesta altura do texto , é preocupante verificar que, como coloca a autora, “a educação domestica as perguntas”. Da mesma forma, Rubem Alves (2004), no livro ”Conversas sobre Educação”, faz uma comparação sobre perguntas feitas por crianças e perguntas feitas por professores. A diferença é gritante. A falta de vida/criatividade/curiosidade nas perguntas feitas pelos professores ( que já passaram pela massificação da escola....) é gritante.... e triste também... A gente começa a pensar: será que é isso mesmo que eu sou? Será que é só isso que eu consigo fazer? E como é que vou instigar nos outros uma habilidade que eu talvez nem tenha mais? Volta-me à memória, mais uma vez, o texto que lemos há algumas semanas, de Kanitz (2005), que também discutia esta questão da escola que não ensina a fazer perguntas, como se elas não precisassem mais ser feitas.

Finalmente, apresenta-se a questão da avaliação e da utilização que se pode fazer da informática neste contexto. Apresentam-se os portfólios como uma possibilidade de registro que favorece uma avaliação mais fidedigna do processo pelo qual o aluno passou, uma vez que não é o produto o fator mais importante. Particularmente, eu nunca trabalhei com este tipo de organização. Penso que seja um instrumento importante, mas acho que ainda preciso conhecer um pouco mais, estudar um pouco mais sobre ele para poder implementá-lo em sala de aula. Pensando na esfera virtual, vejo que nossos Blogs devem funcionar como um tipo de portfólio, não é mesmo? Afinal, é neste espaço que deixamos registradas muitas de nossas dúvidas, angústias, descobertas e, muitas vezes, quais foram os caminhos que percorremos para chegar aos resultados pretendidos.

Bom... essas foram algumas das considerações que eu quis registrar hoje... quem sabe... em uma outra hora... com uma outra leitura deste mesmo texto eu volte. Afinal de contas, para cada leitura, há um novo olhar a ser dado para o texto. Com certeza, ainda há muitas outras coisinhas para serem comentadas e sobre as quais precisamos discutir...

Um abraço!